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Transição de carreira: como escolher o melhor momento

Publicado em 17/01/2020

Segundo o estudo “PNAD Contínua” (2019) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45,5 milhões de brasileiros anseiam por novas oportunidades profissionais. Desse total, 12,6 milhões são desempregados, cerca de 28,1 milhões se encontram na categoria chamada de população subutilizada e 4,8 milhões se enquadram como desalentados). Isso significa que cerca de um em cada cinco brasileiros estão insatisfeitos com sua situação profissional

Em janeiro de 2018, o Gallup publicou um estudo dizendo que 85% dos colaboradores nos Estados Unidos não se sentem engajados com seus empregos. De acordo com a revista Exame, isso representa um custo anual aproximado de 450 bilhões de dólares. No Brasil ainda não há uma estimativa precisa, mas uma correlação direta com o PIB aponta para um custo aproximado de 150 bilhões de reais por ano.

Diante de dados como esses, o tema transição de carreira e recolocação profissional se tornou pauta obrigatória.

O que fazer?

Se você está desempregado ou buscando uma nova colocação, deve investir em três frentes obrigatórias: networking, vitrine e capacitação. 

O networking, algo relativamente novo e muitas vezes mal utilizado pelos brasileiros, significa manter suas conexões profissionais e de mercado ativas, principalmente quando a busca de uma nova colocação NÃO é sua prioridade ou objetivo.

Já a vitrine profissional está fortemente calcada no seu perfil do Linkedin, com atenção aos ciclos mais recentes, conquistas ou promoções, atualizações e, novamente, conexões crescentes e de valor.

A capacitação, ou formação continuada, significa se manter atualizado com as inovações e tendências do mercado, seja por meio de programas de curta duração (presenciais ou via EAD), pós graduações ou cursos técnicos específicos. 

Tudo isso também se aplica se você não está feliz com seu ciclo de carreira ou trabalho atual. Mas é importante ir além. Alain de Botton diz que a felicidade no trabalho depende de três elementos importantes – uma habilidade, um talento e um interesse, todos conectados com algo no mundo que gere dinheiro. Entender a causa da insatisfação é ponto crucial para estabelecer um potencial novo objetivo ou decidir pela busca de uma nova oportunidade profissional. A questão é ligada à remuneração? Falta de autonomia ou reconhecimento? Problemas com a liderança ou com o ambiente atual? Zona de conforto ou ausência de novos desafios ou aprendizados? Estes são alguns fatores comuns relacionados à falta de realização profissional. E que podem ser gatilhos relevantes para a mudança.

Planeje o novo ciclo

Se você quer mudar ou criar um novo ciclo profissional, avalie de forma imparcial, se possível com ajuda externa, seus pontos fortes e oportunidades para desenvolvimento. Procure estabelecer suas prioridades para desenvolvimento e como elas se conectam com a criação de um novo ciclo profissional. Analise o seu posicionamento atual e o segmento em que atua. Você deve se reinventar? Precisa migrar para uma nova área? Deve buscar um novo escopo de atuação?

Lembre-se que, muitas vezes, a mudança para um novo emprego pode significar um downgrade, ou seja, a possibilidade de salário ou escopo de responsabilidade menor, Por isso, analise a perspectiva de crescimento e aprendizado, bem como a viabilidade econômica para uma movimentação. 

Ao mesmo tempo, faça sua lição de casa sobre o ambiente da possível nova empresa, caso já tenha um destino definido. Mudanças frequentes ou ciclos muito curtos não são bem vistos pelo mercado de trabalho. 

Por fim, lembre-se que a mudança é um processo, e não uma linha de chegada. Mudar envolve oportunidades e riscos, o que significa saber lidar bem com decepção e frustração, bem como ser adaptável e flexível. Portanto, planeje, crie expectativas realistas, coloque em prática seu plano de ação e esteja preparado para adaptações. E, ao mudar, mantenha ativo e consciente o tripé fundamental para novas mudanças no futuro: autoavaliação, networking e capacitação.