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As novas diretrizes da gestão de pessoas para 2021

Publicado em 29/01/2021

Retomada, recuperação, cura. Não por acaso, as palavras que definem o que se espera de 2021 com relação aos negócios e à economia têm muito a ver com termos relacionados à saúde. O que esperar das mais diversas áreas corporativas para o próximo ano, senão uma reavaliação de prioridades e objetivos visando a recuperação? Na gestão de pessoas, não poderia ser diferente. 

Por mais desafiador que tenha sido, 2020 está chegando ao fim, deixando espaço para que se vislumbrem quais serão as tendências e diretrizes para 2021. 

Embora o mercado esteja olhando para o próximo ano com cautela, já que não se sabe ainda o tempo que a pandemia vai levar para passar, já foi possível sentir que essas tendências e diretrizes têm muito a ver com valores e habilidades, com atitudes. 

Separamos cinco importantes aspectos que devem marcar a gestão de pessoas em 2021.

Lideranças integradas às pessoas 

O futuro dos cargos de gestão é formado por líderes humanizados, que fazem seus colaboradores se sentirem seguros, que entendem o momento vivido por seus liderados e têm empatia e compaixão com suas situações particulares.

Análises de tendências de comportamento de lideranças indicam que, para gerir uma equipe, os líderes precisarão estar cada vez mais conscientes de sua própria humanidade e da dos outros. Os gestores do futuro entendem suas próprias limitações, pedem ajuda quando sentem necessidade e, com isso, passam à sua equipe a sensação de que podem demonstrar fragilidades e contar com apoio de colegas.

Comunicação e cultura organizacional 

Em um bate-papo com a equipe da Propósito/TRANSEARCH, Patricia Bobbato, Head Corporativa de Pessoas, Comunicação Interna e Sustentabilidade do Grupo Tigre, contou que, no começo da pandemia de covid-19, realizava reuniões rápidas diariamente com seus colaboradores e chamava esses encontros informalmente de “check de sanidade”.

“A gente se perguntava como estava a saúde mental de todos, como estava sendo aquele dia, pra se certificar de que todos estavam bem”, explica ela, comentando que, conforme a equipe foi se adaptando, as reuniões passaram a ser feitas com menos frequência. 

Essa preocupação em se comunicar com suas equipes demonstra uma cultura organizacional forte, preocupada com os colaboradores. Os papéis do líder e do RH foram se transformando ao longo do ano, mas este último se evidenciou à medida em que foi se provando a importância de uma cultura organizacional forte, com canais abertos para a comunicação, para lidar com crises e desafios. 

Lógicas pautadas na resposta e funcionalidade

Em uma conversa sobre gestão e liderança, o Country Director da Amazon Web Services, Cleber Morais, reforçou que, como toda crise, a pandemia de 2020 evidenciou quais são as práticas essenciais e quais são as supérfluas na rotina corporativa.

Isso vale tanto no sentido de contratação de serviços, quanto na definição de atividades e atribuições de pessoas e equipes dentro da empresa, uma vez que foi preciso priorizar os esforços, direcionando-os às ações mais urgentes.

Ao mesmo tempo, as empresas também foram se humanizando, seja em relação a estarem mais abertas aos desafios pessoais de seus colaboradores, seja a causas sociais. Essa premissa de ser útil à sociedade não passa despercebida pelo mercado. A fala de Morais vai ao encontro de um estudo publicado pelo grupo Kantar que sugere que 77% dos consumidores esperam que as marcas tragam retorno social pela lucratividade obtida neste período.

Colaboração e adaptabilidade

Aprendemos muito sobre transformação e resiliência em 2020. Mas as mudanças não vão parar por aí. Um relatório da OCDE sugere que dois terços das crianças matriculadas no ensino fundamental em 2018 trabalharão em empregos que ainda não existem. 

Entre 2017 e 2017, o Fórum Econômico Mundial sugeria que 35% das habilidades requeridas pelo mercado de trabalho seriam outras. A previsão se mostrou dramaticamente verdadeira e, nesta realidade, a skill que se evidenciou foi a adaptabilidade.

Mas ela não veio sozinha: veio acompanhada de uma intensa necessidade trabalhar em equipe, com a tendência a metodologias ágeis com a formação de squads, por exemplo, bem como a importância de colaboratividade entre pessoas e times. 

Inovação na gestão de pessoas

Novas respostas para antigas perguntas. Soluções inovadoras para questões que já estavam postas mesmo antes da pandemia. Esse apetite por tecnologia e inovação também aparece na área de gestão de pessoas, de maneira que a busca por novidades que contribuem para as atividades desta área também deve ser alta em 2021.

Plataformas, aplicativos, programas e recursos similares que proponham a otimização de processos, o uso cada vez mais intenso de tecnologias digitais e comunicação remota são algumas das perspectivas que aguardam os gestores de pessoas no futuro do RH.